40 anos depois...
Contestação ao sistema, conscientização, alienação e união de um sonho de luta por um mundo socialista com as idéias individuais de liberdade e prazer, caracterizavam uma geração que arriscou a vida pelo afã de respeito e contra a ditadura. De outro lado, 40 anos mais tarde surge uma legião de mentes menos intensas em relação às questões revolucionárias. Trata-se de uma geração pé-no-chão.
Cada geração impõe sua parte na evolução das idéias e comportamentos. Os jovens de hoje enfrentam problemas diferentes dos jovens rebeldes de 68. Nasceram na era da informação, cresceram em um mundo globalizado, sem convulsões das guerras e a repressão militar, no entanto convivem com o auge da violência e miséria.
Há 40 anos atrás as ruas da cidade do Rio de Janeiro estavam infestadas de estudantes revolucionários que, sem medo, criticavam as estruturas das Universidades, se rebelavam contra a sociedade moralista e conservadora da época. Uma juventude cansada do sentimento de opressão e repleta de disposição para lutar por seus ideais. Pronta para desafiar o poder, chocar o mundo, quebrar regras e ser feliz.

No lugar de união por um único objetivo, amor livre, excessos e sede por liberdade, aparecem uma série de alterações no comportamento, uma juventude que se divide em tribos (Dreads, emos, grunges, neo-hippies, etc), que vivem de realidade jogando fora a utopia. Que clamam um mundo mais pacífico e justo, sem querer revolucionar tudo, apenas a si mesmos.
Todas essas revoluções econômicas, sociais e culturais dos anos 60 têm ligação direta com a conquista da liberdade de expressão sem represálias e democracia que existe hoje. Conclui-se então que a luta não foi em vão.
A nossa geração não vê mais a história como horizonte de transformações, mas sim como cotidiano. A presença dessa sociedade consumista e individualista aniquila os ideais dos jovens impedindo a ousadia outrora tão explorada por nossos pais.
